MAIS LENHA NA FOGUEIRA PRA DISCUSSÃO

Bro-job e o sexo entre homens heterossexuais

Direto de IG/Deles

Em livro, pesquisadora propõe reflexão sobre a sexualidade dos homens hetero e afirma: ela está ficando mais fluida e complexa, e não pode mais ser entendida apenas sob a luz do binômio hetero-homo


Uma mulher que faz sexo com outra não é necessariamente identificada como gay ou bisexual. Então por que nao é assim com os homens? A resposta para essa pergunta está longe de ser simples, mas no livro “Not Gay: Sex Between Straight White Men”, recém lançado nos Estados Unidos, a pesquisadora Jane Ward explora o universo dos rituais masculinos de identificação e pertencimento, como trotes e iniciações, para tentar entender melhor a complexidade e a fluidez da sexualidade masculina para além do binômio “hetero-homo”.
Alguns pesquisadores da sexualidade humana argmentam que os desejos sexuais femininos tendem a ser mais fluidos e receptivos, enquanto os masculinos – independente do fato de serem ou não gays – tendem a ser inflexíveis e imutáveis. Esta noção permeia a cultura popular e fica evidente em frases como “Não existe ex-gay”ou “Eu sou espada”. Enquanto isso, beijos e carícias públicas entre mulheres hetero pipocam no noticiário de celebridades – Katy Perry, Madonna e J-Lo, para citar algumas – sem que se levante dúvida alguma sobre a preferência sexual delas.
Para Ward, que é professora do departamento de estudos sobre gênero e sexualidade da Universidade da California (EUA), esse desejo latente para o jogo homossexual na cultura entre “brothers”(irmãos) geralmente é visto de forma menos explícita.
“Estou chamando a atenção para a maneira com que os homens heterossexuais excepcionalizam o próprio comportamento homossexual como uma maneira de torná-lo invisível”, contou a autora em entrevista à revista Next.
Ela cita como exemplo a franquia Jackass, na qual homens assistem pornografia e se masturbam juntos, e por vezes tocam pênis, nádegas e ânus dos amigos. No Jackass, esses comportamentos são encarados como uma brincadeira entre “brothers”, um trote, algo que aconteceu quando todos estavam bêbados, algo que não é sexual porque não foi feito entre homens gays – embora todos eles concordem que o mesmo comportamento seria um comportamento homosexual se envolvesse dois homens gays.
Dos trotes e rituais de iniciação, onde calouros têm de segurar o pênis dos colegas novatos, numa espécie de cabo-de-guerra, aos anúncios online de homens hetero à procura de outros homens hetero para sexo casual, Ward examina esse mundo e propõe que a verdadeira razão pela qual homens hetero se comportam dessa maneira é para reafirmar o próprio gênero e a própria opção sexual, em vez de desafiá-la. Em outras palavras: de uma forma inconsciente, eles fazem isso para provar que não são gays. E você, concorda com ela? Vote na enquete.

Comentários

Ott disse…
Ah quanta baboseira. Sou bissexual, não assumido e acho que essas conversas são extremamente idiotas.

Ficam tentando complicar uma coisa que é muito simples. Basta ler Kinsey que se compreende todos os universos, hetero, bi e homo. Não existe nada além desses. Se você come mulher mas gosta de beijar homem, você é bi. Se você come mulher e gosta de frotar com um macho, também é bi. Não inventem um termo para cada fetiche.

Uma vez entrei num grupo g0y do facebook. Entrei com ressalvas porque já tinha percebido que ser "g0y" era mais uma denominação idiota para caras medrosos. Mas quis conhecer e ver qual era, porque em teoria eu me identificava com o comportamento do grupo. Cara... são todos uns imbecis. Agem como se fossem uma igreja, são hipócritas, negam o sexo, tem complexos de inferioridade, autoestima e aceitação.

Há umas conversas que parecem forçadas para se autoafirmarem como machos sempre. Não gosto disso. Sou macho e ser macho faz parte da minha essência, tanto que não preciso ficar afirmando isso toda hora, justificando e usando termos que me fazem parecer exclusivamente hetero.